Ao optar por participar de um consórcio, muitas pessoas são atraídas pela promessa de não pagar juros, diferentemente do financiamento tradicional. No entanto, é essencial compreender que isso não significa que o consórcio é isento de custos.
Embora seja uma forma mais econômica de adquirir bens e serviços, o consórcio possui taxas e encargos que devem ser analisados com atenção. Neste artigo, vamos explicar em detalhes:
Quais são as principais taxas cobradas em um consórcio
O que é taxa de administração e como ela funciona
Para que serve o fundo de reserva
Outras cobranças possíveis, como seguros e taxas ocultas
Dicas para escolher um consórcio transparente e vantajoso
O consórcio é uma forma de compra programada e coletiva, na qual um grupo de pessoas contribui mensalmente com parcelas que formam um fundo comum. Esse fundo é utilizado para contemplar participantes, que recebem uma carta de crédito para adquirir o bem ou serviço desejado.
O grande atrativo está na ausência de juros, o que torna o consórcio mais barato no longo prazo. No entanto, para viabilizar o funcionamento do grupo, a administradora cobra taxas, que impactam diretamente o valor final pago.
Vamos agora detalhar as principais cobranças que fazem parte da estrutura de um consórcio:
A taxa de administração é o valor cobrado pela empresa administradora do consórcio para gerenciar o grupo. Ela substitui os juros do financiamento, sendo o principal custo do consórcio.
Cobrança diluída nas parcelas mensais
Pode variar entre 10% e 25% do valor da carta de crédito
Percentual fixado em contrato desde o início
Em uma carta de R$ 100 mil com taxa de administração de 20%, o consorciado pagará R$ 120 mil no total (sem considerar outros encargos).
📌 Dica: Compare a taxa de administração entre diferentes administradoras. Ela tem grande impacto no valor total do consórcio.
O fundo de reserva é uma quantia adicional cobrada dos consorciados com a finalidade de garantir a saúde financeira do grupo em situações adversas, como inadimplência de membros ou custos operacionais extraordinários.
Geralmente entre 1% e 5% do valor da carta
Também diluído nas parcelas
Em alguns casos, pode ser devolvido ao final do grupo (verifique no contrato)
Garante o equilíbrio do fundo coletivo
Protege o grupo contra prejuízos
Ajuda a manter os pagamentos em dia, mesmo com inadimplentes
📌 Dica: Leia com atenção as cláusulas sobre devolução ou retenção do fundo de reserva ao final do grupo.
Alguns consórcios oferecem seguros opcionais ou obrigatórios, como:
Seguro de vida: garante quitação do saldo devedor em caso de falecimento
Seguro de invalidez: cobre o consórcio se o participante perder a capacidade de trabalho
Seguro prestamista: protege o grupo em caso de inadimplência
Nem todos os consórcios cobram seguro, mas verifique se ele é embutido nas parcelas
O valor pode representar um aumento relevante nas prestações
📌 Dica: Solicite o detalhamento dos seguros incluídos e avalie se são obrigatórios ou opcionais.
Além das cobranças padrão, algumas administradoras podem inserir taxas menos visíveis, como:
Cobrada no ato da entrada no grupo
Normalmente um percentual pequeno, mas nem sempre informado claramente
Cobrança para quem deseja transferir a cota para outra pessoa
Juros por atraso de pagamento
Multas contratuais em caso de desistência ou exclusão do grupo
Valor retido se o consorciado decide sair antes da contemplação
📌 Dica: Solicite o contrato completo antes de assinar qualquer acordo. Muitas dessas taxas não aparecem no material promocional, mas estão descritas no contrato.
Imagine um consórcio de imóvel com:
Carta de crédito: R$ 300.000
Prazo: 120 meses (10 anos)
Taxa de administração: 20%
Fundo de reserva: 3%
Seguro prestamista: 1%
Taxa de administração: R$ 60.000
Fundo de reserva: R$ 9.000
Seguro: R$ 3.000
Valor total pago: R$ 372.000
Ou seja, R$ 72.000 a mais que o valor da carta.
📌 Mesmo assim, ainda costuma ser mais barato que um financiamento com juros bancários ao longo de 10 ou 15 anos.
Antes de assinar qualquer contrato, compare:
Critério | O que verificar |
---|---|
Taxa de administração | Percentual total e forma de cobrança |
Fundo de reserva | Percentual e política de devolução |
Seguro | Tipo, valor e obrigatoriedade |
Total estimado das parcelas | Com todos os encargos inclusos |
Transparência no contrato | Se o contrato é claro e objetivo |
Reputação da administradora | Avaliações, reclamações e ranking no Banco Central |
Você pode consultar se a empresa é autorizada pelo Banco Central do Brasil para operar consórcios, acessando o site oficial.
Evite taxas muito acima da média de mercado
Desconfie de “sem taxas” — nada é gratuito
Peça o CET (Custo Efetivo Total), se disponível
Leia o contrato completo antes de assinar
Compare mais de uma administradora
Prefira empresas autorizadas e regulamentadas
Embora o consórcio não cobre juros, ele não é gratuito. Taxa de administração, fundo de reserva, seguros e outras cobranças compõem os custos reais da operação. Entender cada uma delas é essencial para tomar uma decisão consciente.
Com planejamento, disciplina e escolha de uma administradora confiável, o consórcio pode ser uma forma econômica e segura de adquirir bens ou serviços.